Hotéis se reinventam após os impactos da pandemia

Publicado em: 1 de dezembro de 2020

Segundo dados do estudo “Recuperação da hotelaria urbana no Brasil”, uma iniciativa da HotelInvest, em parceria com a Omnibees, a STR e o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), cerca de 64% dos hotéis no Brasil fecharam durante os meses de abril e maio de 2020 com uma queda de mais de 80% no número de reservas para os meses de junho e julho, durante o pico da pandemia.

Assim como visto em outros países, após o pico do contágio, em agosto de 2020 a curva de número de casos e mortes começou a cair, iniciando uma retomada econômica que também representou um crescimento na atividade hoteleira. Na Europa, os hotéis chegaram a operar com apenas 10% de sua capacidade de reservas e, na China, houve uma queda de 80% na procura por hospedagem. Nos EUA, onde o isolamento social foi menor, a ocupação hoteleira caiu em 50%.

Um estudo do Boston Consulting Group (BCG), por sua vez, prevê uma volta do turismo pós pandemia para 2021. Com a crise econômica nacional e a alta do dólar, as viagens domésticas estarão em alta em 2021, o que deve beneficiar principalmente resorts e hotéis em destinos de lazer pelo Brasil.

Nesse cenário, os hotéis já estão se preparando para atender às demandas do “novo normal” com novidades de higiene, tecnologia e segurança.

LIMPEZA E HIGIENE

Uma pesquisa do Tripadvisor mostrou que a limpeza e a higiene serão o diferencial para a decisão de uma hospedagem em 2021, com muito mais apelo do que amenities e áreas de lazer, por exemplo. O Grupo Marriott International já criou um Conselho Global de Limpeza para que todas as suas unidades sigam um alto padrão de qualidade durante e após a pandemia.

As grandes cadeias hoteleiras estão investindo em tecnologia de ponta para manter a limpeza e higienização dos quartos e áreas comuns com sprays eletrostáticos que desinfeta superfícies com uma qualidade hospitalar. O Fórum Econômico Mundial também trouxe a possibilidade de usar raios UV na etapa final da limpeza para descontaminação.

Também será fundamental seguir à risca as recomendações gerais da Organização Mundial de Saúde com relação à disponibilidade de álcool em gel em todas as áreas dos empreendimentos, bem como protocolos de distanciamento social (durante períodos mais graves da pandemia) e o uso de máscaras para todos (hóspedes e funcionários) nas áreas comuns.

TECNOLOGIA

O autoatendimento ganha novos horizontes com o Google Nest Hub, que combina alto-falante e tela de tablet, permitindo que o hóspede se informe sobre o horário de funcionamento da piscina, escolha o horário em que quer ser despertado e peça toalhas extras ou serviço de quarto sem ter de pegar no telefone.

Outra novidade tecnológica são os robôs garçons disponíveis em vários tamanhos, com capacidade de manter os pratos quentes e as bebidas geladas, além de oferecer vídeos ou música como entretenimento para os hóspedes.

O incentivo ao meio eletrônico é um dos protocolos para a hotelaria do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC – World Travel and Tourism Council), o que deve deixar os hotéis muito mais tecnológicos para 2021. QR Codes estão sendo usados para acesso aos cardápios dos restaurantes e serviços de quarto, bem como o pagamento por aproximação e os elevadores sem a necessidade do toque se tornarão mais comuns no próximo ano.

As chaves digitais também já são uma realidade, elas são disponibilizadas para o celular dos hóspedes. No grupo Hilton, por exemplo, o programa Digital Key já está sendo implementado em mais de 4.700 unidades. O app Hilton Honors, onde fica a chave digital, permite também controlar iluminação, temperatura e televisão.

SEGURANÇA

As reservas flexíveis serão fundamentais para manter o hóspede seguro e vão comprovar a confiabilidade da rede hoteleira, por isso os hotéis devem evitar regras restritivas e não reembolsáveis, priorizando a remarcação mesmo de reservas que não foram realizadas diretamente com a rede.

Com a digitalização dos serviços de check-in e check-out e para garantir a segurança dos hóspedes as áreas comuns dos hotéis ganham papel coadjuvante, evitando acúmulo de pessoas no mesmo ambiente e aglomerações.

Nos restaurantes, o distanciamento social deve ser valorizado com áreas gastronômicas reservadas para cada hóspede, em horários diferenciados.

Os quartos também ganham espaços maiores para convivência permitindo que os hóspedes trabalhem, realizem pequenas reuniões e até façam as refeições na suíte.

Com todas essas inovações, é possível perceber que as redes hoteleiras não perderam tempo e já estão em processo de adequação para as novas demandas existentes. Isto, somado aos cuidados implantados pelo Ministério do Turismo, como o selo “Turismo Responsável – Limpo e Seguro”, demonstram segurança e atendimento dos estabelecimentos ao cumprimento das normas da OMS, acelerando o processo de retomada e reaquecimento econômico do mercado hoteleiro brasileiro.

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